Turma da Faculdade de enfermagem do Hospital Moinhos de Vento 2019
No ano de 2015, outra atividade que passou a ser desempenhada pela Escola foi a capacitação de
técnicos em enfermagem que são recém-formados por outras instituições e contratados pelo Hospital, os quais
realizam um curso prático preparatório de 30 dias antes de ingressar como colaboradores na Instituição.Em 2017, a Escola foi responsável pela oferta inédita de Curso de Especialização em Terapia Intensiva e Urgências e
Emergências, em parceria com o Ministério da Saúde, para suprir a demanda de profissionais especializados e
criar experiência que possa ser reproduzida em todo o Brasil.
Toda essa longa trajetória de incentivo e desenvolvimento na área da educação, que vem desde o início do século XX,
passando por mais de 15 anos de projetos desenvolvidos pelo IEP, gera ao Hospital Moinhos de Vento uma experiência
única, que possibilitou que, em 2018, a Instituição recebesse a autorização para o funcionamento da Faculdade de
Ciências da Saúde Moinhos de Vento.Oficialmente instituída em outubro de 2018, a Faculdade permite levar a expertise de uma instituição quase
centenária para a formação de novos profissionais da saúde. Além de marcar a consolidação de inúmeras
iniciativas de educação, a instituição de ensino estabeleceu o começo de uma trajetória de futuro ainda
mais promissora.
Qualificar o mercado de saúde, produzindo e compartilhando conhecimento é um dos valores desde a fundação
do Hospital Moinhos de Vento, quando as irmãs que geriam a Instituição começaram a treinar os técnicos de enfermagem
dentro de estritos valores éticos e assistenciais. Hoje, quase um século depois, a educação se transformou de necessidade
operacional a um dos pilares da nossa atuação. O objetivo é oferecer formação de excelência em diversas áreas de saúde,
sempre com o propósito — Cuidar de Vidas — como norte. Isso é feito por meio da Escola Técnica, da Faculdade de Ciências
da Saúde Moinhos de Vento e de inúmeros eventos científicos que reúnem os melhores profissionais do Brasil e do mundo.
Pouco depois, em setembro de 1990, entrou em funcionamento o Centro de Capacitação e
Desenvolvimento (CCD), sob coordenação do Dr. Flávio Antônio dos Santos Borges, com
a missão de desenvolver e capacitar recursos humanos nos padrões do Hospital Moinhos de Vento,
expressando os Patrimônios Técnico, Físico e Cultural para alcançar a excelência na prestação de serviços.
Em 2003, ao inaugurar o Instituto de Educação e Pesquisa (IEP), o Hospital Moinhos de Vento inicia
um novo capítulo na construção de sua identidade, retomando a vocação histórica no campo da
educação e abrindo um campo para o desenvolvimento de pesquisa científica. A Escola de
Enfermagem foi vinculada ao IEP, sendo um dos pilares do ensino e capacitação do Hospital,
comprometida com as práticas pedagógicas atualizadas e alinhada com a estratégia da Instituição.
Em 2013, todas essas iniciativas foram reunidas sob o núcleo Educação e Pesquisa, no
comando da recém-criada Superintendência de Educação, Pesquisa e Responsabilidade
Social. A iniciativa teve como propósito incentivar a busca pela excelência na prática
médico-assistencial, por meio da geração do conhecimento e da inovação. As áreas
de educação e pesquisa também foram reforçadas nesse ano pela afiliação à Johns Hopkins
Medicine International (JHI), organismo ligado à Universidade Johns Hopkins,dos EUA,
que tem, entre seus professores, 36 vencedores do Prêmio Nobel
Dânia participando do vestibular para o
Curso de Enfermagem do Hospital
Moinhos de Vendo - (década de 1970)
DEDAPS - Qualificando profissionais em maio de 1989
Dânia Rosania
Dânia Rosania Gonzales chegou como aluna ao Hospital Moinhos de Vento
em 1971. Formou-se e seguiu estudando e trabalhando na Instituição até 2013,
tornando-se uma referência na área. Em 2018,
foi criada uma premiação em sua
homenagem. O Prêmio Dânia prestigia práticas exemplares que modificam
positivamente a experiência dos pacientes.
A busca pela qualidade e pelo aprimoramento do ensino fez com que o Hospital Moinhos de Vento
buscasse constantemente avanços no campo da educação. Desta forma, traçou uma importante trajetória de
desenvolvimento. Em 1983, foi criado o Centro de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento de Profissionais de
Saúde (CEDAPS), com o intuito de formar e qualificar as equipes, proporcionar a atualização dos colaboradores e
promover a publicação de conhecimentos tecnológicos e humanos. O CEDAPS também estava encarregado dos cursos
Técnicos em Enfermagem e Radiologia Médica.
Dânia participando do vestibular para o
Curso de Enfermagem do Hospital
Moinhos de Vendo - (década de 1970)
DEDAPS - Qualificando profissionais em maio de 1989
Dânia Rosania
Dânia Rosania Gonzales chegou como aluna ao Hospital Moinhos de Vento
em 1971. Formou-se e seguiu estudando e trabalhando na Instituição até 2013,
tornando-se uma referência na área. Em 2018,
foi criada uma premiação em sua
homenagem. O Prêmio Dânia prestigia práticas exemplares que modificam
positivamente a experiência dos pacientes.
A busca pela qualidade e pelo aprimoramento do ensino fez com que o Hospital Moinhos de Vento
buscasse constantemente avanços no campo da educação. Desta forma, traçou uma importante trajetória de
desenvolvimento. Em 1983, foi criado o Centro de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento de Profissionais de
Saúde (CEDAPS), com o intuito de formar e qualificar as equipes, proporcionar a atualização dos colaboradores e
promover a publicação de conhecimentos tecnológicos e humanos. O CEDAPS também estava encarregado dos cursos
Técnicos em Enfermagem e Radiologia Médica.
Alunas dos cursos de Enfermagem e Radiologia Médica (década de 1970)
As formaturas eram realizadas no dia 2 de outubro, aniversário do Hospital Moinhos de Vento,
com a presença da diretoria, dos professores, dos paraninfos e de numerosa plateia, todos reunidos
no auditório com flores enviadas pelos pacientes, médicos, familiares e pelas irmãs, em sinal de
agradecimento. O ambiente solene e festivo marca o momento da passagem das corajosas alunas à vida
profissional. Seguem-se grandes festas, com doces feitos pelas próprias irmãs. Diz-se que nessas ocasiões
vinham pessoas até mesmo de outros estados, com a intenção de convidar as auxiliares para trabalhar em
seus hospitais, pois a formação delas era bastante superior à média geral.
O ano de 1974 representou um importante marco para a Escola, pois, a partir da autorização concedida
pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul, a Escola começou a oferecer os cursos técnicos em
Enfermagem e em Radiologia Médica, em nível médio, pioneiros na educação gaúcha. Com isso, a formação anterior
foi encerrada e reaberta em 1976 com o nome de Curso Supletivo de Auxiliar de Enfermagem, devido à carência
desses profissionais no Hospital e em casas da saúde do interior do Estado. Com um total de 150 alunos nas
três modalidades de ensino, o internato foi, gradualmente, extinto.
Irmã Ires Spier
A Irmã Ires Spier ingressou no Hospital Moinhos de Vento em 1961. Foi
aluna do curso de Enfermagem da Instituição, onde exerce atividades
até hoje. Ela recorda com carinho das aulas: o alojamento das alunas
funcionava no terceiro andar, e o dos alunos, em um prédio anexo.
Para admissão, era necessário ter concluído a segunda série ginasial e
obtido aprovação em uma prova de seleção, com teste de cultura geral
e psicometria. Depois de dois anos de aulas teóricas, os estudantes
passav am por um ano de estágio. A procura pela formação na área da
saúde era grande, pois, além das moças que se preparavam para o
Diaconato, jovens da comunidade germânica e de diversas regiões
brasileiras tinham interesse em estudar na Escola. No Centro Cirúrgico,
onde trabalhou a maior parte da sua carreira, a Schwester presenciou
um dos momentos mais marcantes da história da Medicina no Brasil: o primeiro reimplante
de mão, realizado pelo Dr. Jorge Fonseca Ely, em 1968. Os resultados do procedimento,
extremamente satisfatórios, foram publicados nos Anais do Congresso da Sociedade
Internacional de Cirurgia Plástica, que ocorreu em Melbourne, na Austrália, em 1971.
Irmã Ires Spier
A formação de profissionais para a área, em nível superior, só passou a existir no Estado em 1950,
com a criação da graduação em Enfermagem vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. De modo a atender às exigências do Ministério da Educação e Cultura,
foram realizadas obras para acomodar as novas salas de aula, materiais de estudo e gabinetes de
professores, além da contratação de docentes e supervisoras. A presença constante das alunas e dos
mestres nos corredores do Hospital tornou o curso conhecido nacionalmente, recebendo
estudantes de diversos estados.
Em 1956, foi autorizado o funcionamento da Escola nos novos moldes e, dois anos mais tarde, a
formação oferecida foi reconhecida. Com duração de 18 meses, incluía aulas de introdução à
enfermagem, noções de ética, corpo humano e seu funcionamento, higiene em relação à saúde,
economia hospitalar e preparo dos alimentos. Concluída a parte teórica, as aulas práticas
previam a atuação no Centro Cirúrgico, no Berçário, na Maternidade e na Cozinha.
Dr. Ervino Diefenthaeler durante formatura do Curso de Enfermagem do Hospital Moinhos do Vento
No ano em que o Hospital Moinhos de Vento completou 20 anos de atuação, as irmãs convidaram o
obstetra e professor da Faculdade de Medicina de Porto Alegre Ervino Diefenthaeler para coordenar a
Escola de Enfermagem. Naquela época, as aulas ocorriam ao longo de um ano e, ao término desse período, as
alunas prestavam um exame aplicado pela Secretaria de Educação, responsável por expedir os certificados.
Incumbido da missão de modificar o curso e torná-lo reconhecido pelo Governo Federal, o Dr. Diefenthaeler
promoveu uma renovação na Escola, necessária em função da nova legislação para o ensino da
Enfermagem no País, válida a partir de 1949.
Irmã Hilda Sturm
Irmã Hilda Sturm foi aluna da Escola de Enfermagem,
em 1940, quando as aulas ainda eram ministradas em alemão.
Ao concluir o curso, foi uma das primeiras alunas a realizar a
prova da Secretaria de Educação em português. A diaconisa
exerceu o cargo de diretora do Hospital Moinhos de Vento em 1965,
função que exerceu até 1974.
Irmã Hilda Sturm
Frederico Falk
Frederico Falk foi um médico descendente de imigrantes alemães. Atuou na Faculdade de Medicina de Porto Alegre.
Foi, junto a José Steidle, idealizador e membro atuante na criação do Hospital Alemão.
Trabalhou como Diretor Sanitário, professor e redator das diretrizes do curso de Enfermagem da Instituição.
Ao completar oito anos de atuação, em 1936, a Escola de Enfermagem já haviaformado 63 enfermeiras
qualificadas para o atendimento hospitalar. Devido à promulgação da Constituição de 1934, que
determinou o ensino no idioma pátrio nos estabelecimentos privados, a Escola contratou professores
para lecionar em português. A intenção inicial era formar enfermeiras que atuassem em comunidades
germânicas; no entanto, toda a mão de obra foi absorvida pelo Deutsches Krankenhaus (Hospital Alemão).
A presença das Diaconisas na rotina da Instituição, em conjunto com as enfermeiras formadas pela Escola e os
médicos, fundou um modelo único de cuidado ao paciente.
Diaconisas e alunas do Curso de Enfermagem (década de 1930)
Frederico Falk
Inaugurado em 2 de outubro de 1927, o Hospital Alemão, atual Hospital Moinhos de Vento, orgulha-se de suas raízes históricas.
Carregando a tradição de atendimento humanizado e de excelência em saúde dos imigrantes alemães e de seus descendentes,
que, reunidos na Assembleia Geral da Liga das Sociedades Germânicas, aprovaram a ideia de construir um hospital em Porto Alegre.
Inicialmente administrada pelas diaconisas alemãs, a Instituição já nasceu apoiada em sólidos valores humanos e culturais.
A Educação sempre fez parte da história do Hospital desde sua concepção. Naquela época, os profissionais para trabalhar
nas casas de saúde eram formados na Faculdade de Medicina de Porto Alegre fundada em 25 de julho de 1898, originária
do Curso de Partos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que havia sido criado em 1892, e no Curso de Enfermeiros
e Padioleiros da Brigada Militar, o qual iniciou suas atividades em 1916.
Assim, durante o primeiro ano de funcionamento do Hospital Alemão, criou-se o Curso de Enfermagem para atender
às necessidades da Instituição e preparar enfermeiras para atuarem na sociedade, sobretudo nos núcleos
populacionais alemães, carentes de atendimento. Em turmas de oito a dez moças, as aprendizes estudavam
disciplinas como Enfermagem Geral, Enfermagem Médico-Cirúrgica, Noções de Anatomia e Fisiologia.
Nos primeiros anos, as aulas eram ministradas em língua alemã, pois a maioria das alunas era originária da
região colonial do sul do país. As alunas recebiam gratificação mensal e hospedagem durante o curso.
Seus alojamentos estavam distribuídos no próprio hospital.
José Steidle